Vivemos num país onde o grande mérito é cair na desgraça ou no ridículo. Quem o consegue tem passe garantido para tempo de antena, convites de trabalho e presença assegurada nas mais badaladas festas de jet 7.Paulo Futre pode ser considerado (como ele próprio defende) um case study desta teoria. Nem enquanto jogador teve tantas solicitações como tem agora (segundo rezam as crónicas , até as mulheres já lhe caem no colo...). Tudo porque numa célebre conferência de imprensa captou as atenções do mundo facebookiano e youtubesco com atentados à língua portuguesa e ideias descabidas . Divertiu o país depressivo e endividado, teve o condão de mostrar ás pessoas que existem cromos mais rídiculos que nós próprios, aumentou o nosso ego, a nossa auto estima. Atenção que dou o meu mérito ao Paulo, rir de si próprio não é fácil.
Sónia Brazão andava triste com ausência de trabalho e projectos onde pudesse mostrar o seu talento, um trágico acontecimento mudou-lhe a vida, agora parece que a SIc anda atrás dela para um projecto de trabalho. Não demorará muito tempo para que outros empregadores ofereçam contratos milionários para que conte na primeira pessoa a sua tristeza.
Qualquer paparazzi que capture uma boa foto do rosto queimado está garantido por uns belos meses. Só será suplantado pelo paparazzi que consiga uma foto dos pneus irregulares do carro onde faleceu o Angélico.Nada disto é novo, voluntário ou não, o coitadinho é recompensado.
O primeiro personagem (friso a palavra) que percebeu esta filosofia e retirou dividendos da mesma foi o célebre (mais jovens, pesquisem na net) Zé Maria. A verdadeira inteligência consiste em dar às pessoas o que elas querem. Podia explicar melhor mas existe um pequeno conto que resume tudo o que penso desta ilustre personagem:
Contam alguns anciãos que, numa pequena terra do interior, um grupo de pessoas se divertia às custas do tonto da aldeia. Um pobre infeliz que vivia de pequenos recados e de esmolas.Diariamente era chamado ao café da terra por uns homens que lhe davam a escolher entre duas moedas: uma pequena, de 1 euro, e uma grande, de 50 cêntimos. Ele escolhia sempre a maior, de valor inferior, o que causava uma onda de riso e chacota por entre a assistência.Um dia, observando este triste espectáculo, um homem compadeceu-se e chama o tonto de parte perguntando-lhe se, por acaso, não saberia que a moeda que sempre tendia a escolher era a de menor valor. Ele respondeu-lhe:- Sei sim, meu senhor, não sou assim tão tonto, vale metade da outra. Mas no dia em que eu escolher a outra, o jogo acaba e fico sem a minha moeda diária.
p.s- novo fenómeno começou a espalhar-se pelo mundo: um tipo de skate espalha-se ao comprido num video de 49 segundos . Não tarda estará nas manhãs da tvi ...
BACH por J. E. Gardiner
Há 11 anos